segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Garota vazia.


Ela fechou os olhos tentando colocar os pensamentos em lugar e as palavras na ordem certa. Numa frase que ficaria ecoando na mente dela, enquanto ela ouvia uma musica tão triste quanto ela. Mas a única coisa que preenchia a cabeça dela eram as notas do piano e quando ela fechava os olhos só havia escuridão. Nada, nenhuma luz no fim do túnel, nenhuma lâmpada se acendendo.

Ela estava leve, leve demais para seu gosto, leve em um sentido negativo. Não era leveza, era vazio. Vazio que o tédio, a preguiça, o desespero e a inconstância de sentimentos traziam. O vazio era arrebatador, esmagador, tão pesado que a deixava se arrastando pelo passar dos dias.

O que ela via, ouvia e lia não tinha mais graça, a internet e suas redes sócias não a interessavam mais. Livros, vídeos, cds, nada conseguia tirar o peso da mente e do coração. Ela queria fazer algo com a vida dela, mas estava perdida e confusa pelos  eventos que estavam para vir, que dividiriam a vida dela em duas partes. E ela só ficava sentada, encarando com olhos embaçados um relógio que se arrastava pra girar.

Ela só queria a certeza que tudo seria e estaria igual quando ela voltasse. Que fosse como se ela só tivesse ido ate a esquina  fumar um cigarro. Mas o amargo que ela sentirá na boca será outro.  O do desconhecido, num mundo que, antes, ela conhecia tão bem. Ela só queria que o abraço, o beijo e a risada do antes, fossem os mesmos no depois.

Mas o depois era um mistério. E enquanto ela ouvia uma musica que falava sobre Lá, ela sentia medo. O medo esvaziava. E ela estava vazia de certezas.


quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Fazer o que?

E mais uma vez ela cansou. Cansou de esperar, esperar uma mensagem, uma ligação, um carro buzinar na frente de casa. Ela cansou de viver esperando, algo que não viria. Mas quantas vezes ela tinha cansado, e no final voltava a fazer tudo igual, a esperar, a desejar.
Mas tinham coisas que faziam ela lembrar como isso era bom. Que o friozinho na barriga, enquanto a mensagem não chega, o telefone não toca, o carro não buzina, era delicioso. Que se ver  depois de meses ou até, só depois de algumas horas, pra matar a saudades, era muito bom. Que um carinho, um afeto, um cafuné, era reconfortante.
E ela não conseguia abrir mão disso, por mais que tentasse. Ela se magoava, ela sofria, ela tinha raiva, as vezes queria gritar  e jogar tudo pro alto. Só que no fundo nada disso adiantava. Ela continuava cometendo os mesmos erros e esperando as mesmas coisas.
Como não querer, se ela amava mãos dadas, o cheiro dele ao beijá-la, o jeito que eles se encaixavam quando se abraçavam, a mão dele nos cabelos dela quando ela estava triste.

Ela tinha cansado, mas gostava tanto desses pequenos detalhes que não conseguia lutar contra, e continuava nesse caminho, triste e apaixonada. 
Ela tentava um escape, escrever o que sentia para se livrar da agonia de não saber o que fazer, mas os textos saiam tão confusos quanto os pensamentos dela.

...tenho dito...
Beijos

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Isso é só uma, ou duas, fases

Ela se viu, então, na dualidade, em cima do muro da vida. Chegou num impasse dificílimo de sair. Quem ela seria, quem ela queria ser e quem ela devia ser. Era um conflito de personalidade, de estilo de vida e de fase de vida. Sentia-se presa entre duas fases da vida dela e não sabia a qual lado pertencia.

Quase 22 anos nas costas e milhares de conflitos entre duas personalidades que ela precisava resolver. E o conflito era entre ser mulher, ou continuar a ser adolescente. Se sentir madura, com 22 anos, ou sempre sentir que continuava com 16/17 anos. E ela flutuava entre esses dois mundos com uma facilidade que a assustava e a entristecia. Ela ERA a dualidade que ela tanto combatia.

Ela se via dividida entre essas duas pessoas que a habitavam. Identificava-se com Sex and the City e com The Carrie Diarys, com Lola e com Capricho, com Casal Sem Vergonha e com Just Lia. Bebia Martini na festa do pijama com as amigas, e Coca-Cola no churrasco de despedida de solteira da prima. Ficava dividida entre falar de balada com as primas mais velhas e jogar vídeo-game com os primos mais novos.

Ela transitava entre essas fases com tanta facilidade que ficava tonta. As vezes ela gostava de parecer ter 16 anos, graças a cara de menininha, mas ela ansiava muito para ser tratada como adulta quando queria. E enquanto ela não saia dessa, quase, dupla personalidade, ela se divertia vendo Magic Mike tomando Toddynho.

...tenho dito...
Beeijos

domingo, 19 de maio de 2013

Que seja mais uma vez.

Já era fim de noite, e você continuava a segurar minha mão, apesar de todos os meus esforços para esconder, por vergonha, que estávamos juntos ali. E apesar de outros esforços meu, não consegui esconder que seu sorriso estava me fazendo derreter. Não consegui sair de perto de voce. E apesar dos beijos timidos, eram os melhores beijos que eu podia imaginar para aquela noite, que não reservava nada. E o pedaço da tatuagem aparecendo por baixo da roupa, só me fez querer te desvendar mais. Ver mais sorrisos envergonhados, sentir mais beijos timidos e decifrar o brilho nos seus olhos.

Menino, não faz isso comigo. Não me conquista assim, deixa o tempo falar, deixa ser natural, deixa que os olhos falem o que o coração quer dizer. Deixa assim, só não deixa acabar antes de começar. Deixa ser como o primeiro abraço, feliz, tímido, esperançoso, delicioso. E deixa também sua mão na minha, pra eu sentir seu calor e seu afeto.

Lembra, menino, que eu não consigo disfarçar o brilho nos meus olhos, quando vejo voce rindo para mim, quando você me abraça sem medo, quando fazem piadinha com a gente.

Não deixa acabar antes de começar. Não deixa que a vergonha seja maior que a vontade. Não deixa de falar e nem de sentir. Vem aqui, me abraça mais uma vez, pega na minha mão outra vez, que dessa vez o beijo não vai ser timido e o abraço vai ser cada vez mais apertado.

...tenho dito...
Beijos

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Larga disso, menina.

E eu te queria tanto do meu lado. Pra jogar conversa fora, pra trocar beijos apaixonados. Pra te olhar no fundo dos olhos e saber que eu não preciso me preocupar com nada, porque você estará lá pra segurar a barra, pra dar força e coragem. Queria tanto pegar na sua mão e sair andando, sem destino e sem motivo, apenas pra te ter aqui e poder sentir seus dedos nos meus. Queria tanto sentar e te observar fazer qualquer coisa, ler, escrever, lavar a louça do café da manhã ou me olhar.


Quero rir das suas piadas sem graças e que você ria das minhas. Quero te abraçar bem juntinho. Tão perto que eu até vou conseguir contar todas as sardinhas que você tem no nariz. Não fica com vergonha, menino, elas são seu charme. Para com isso e vem aqui, senta do meu lado pra gente ver a vida passar. Deita aqui no chão comigo e vamos contar estrelas e as historias mais engraçadas que lembrarmos. Me abraça e deixa eu deitar no seu peito e dormir, pra sonhar que tudo isso realmente aconteceu e que você esta mesmo do meu lado me fazendo carinho.

Larga disso, menino, e vem aqui ser um pouquinho meu.
Larga disso, menina, não sonha com principe encantado.
Larga disso e vai viver a realidade.
...tenho dito...

Beijos



quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Expectativas furadas

Séculos ja tinham passado desde o último desabafo. Não, apenas dois meses, que pareceram a eternidade, e não é que o desabafo continuava o mesmo: Ano lixo, ano lento, ano desnecessário. O pior ano.

E hoje 12/12/12 ela queria fugir, de tudo e todos, entrar numa bolha silenciosa e não sair nunca mais. Ela esperava que os Maias estivessem certo e que o mundo acabasse, se transformasse. Olhando para os seculos meses que se passaram, percebeu que foi sempre a mesma coisa, os mesmos problemas, as mesmas dores e decepções. Ou será que o problema era ela?

Ela tentou ser alguém melhor, fazer o bem, ser educada, prestativa, trabalhadora, boa filha, mas ao pensar nisso, era tudo uma névoa. O que foi mesmo que aconteceu em Janeiro? E há 6 meses atrás? Mês passado? Semana passada? Parecia tudo tão distante. Ela lembrava vagamente de ter dito em Janeiro: "Esse mês foi bom", mas um mês em 12 não é um ano bom. 

Já é Dezembro, então, oficialmente, ela pode declarar 2012 como O PIOR ANO DA VIDA DELA. 

Ela pode ter conhecido algumas boas pessoas, e feito bons passeios. Mas juntando tudo, dava algo em torno de 2 meses, no máximo. É, ela até tentava com todas as forças fazer 2012 parecer menos pior, mas ele não colaborou.

E ela continuava querendo fugir, gritar, chorar e explodir esse ano da vida dela. E infelizmente ela esperava que 2013 fosse melhor, ou menos pior. Mas ela sabia que a expectativa é que tinha estragado o ano dela. E que se continuasse esperando algo de 2013, ela iria se decepcionar, do mesmo jeito que se decepcionou esse ano, com coisas e pessoas.

O que restava para ela era sentar e aproveitar o fim do mundo, o fim da era, ou o fim da picada. Ela precisava respirar fundo e  esquecer esse ano e seus acontecimento.

Tchau 2012, ja vai tarde.
Vem 2013, juro não esperar nada de você.
Tchau tudo/todos que me fizeram mal. Não sentirei saudades.

...tenho dito...

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

E esse é o fim do mundo.

Parecia mesmo que o mundo estava acabando, 2012 estava sendo, mesmo, o pior ano até agora. Quase nada estava dando certo, os prazos estavam cada vez mais apertados, o tempo cada vez mais curto e a injustiça estava cada vez maior. Porque uns tinham tanto, sem fazer esforço nenhum, e alguns tão pouco, lutando muito por isso? E porque essas pessoas com tanto, faziam tanta questão de mostrar o quão legal era a vida delas?

E ela estava cansada, de ver, invejar e desejar uma vida que não era dela, que ela não tinha e que, muito provavelmente, ela não conseguiria. Mas esse não era o problema, ela não estava totalmente insatisfeita com a vida que ela levava, mas faltava muito para ser como ela queria. Ela queria mais movimento, mais envolvimento, mais momentos e mais paixões.

Mas paixões de verdade, não essa ''coisa'' que geralmente acontecia, e que não acrescentava nada, nada alem de um numero a mais na agenda do celular. Um número que ficava esquecido, que não mandava mensagens e não ligava. Não ligava nem para ela, como se ela também só fosse mais um número na agenda.

Mas, por mais que ela dissesse que não iria se envolver, ela se envolvia, imaginava mil cenas, que provavelmente nunca aconteceriam, e sofria. Sofria mais por saber que aquilo era ridículo, que ela queria viver um conto de fadas que nem ela acreditava que existia, que ela queria interpretar um papel que não existia, que aquilo não podia ser um monólogo e que ela precisava achar o outro personagem do dialogo. Mas um personagem que estava disposto a interpretar aquele papel, e não uma marionete para fazer as vontades dela, agir como ela queria, falar o que ela queria.

Mas isso não era um episódio de um seriado, ou a cena de um filme, tinha que ser real, momentos reais e envolvimento real. E no fundo ela nem sabia se aquelas pessoas que ela invejava tinham uma vida real, que essa pessoal gostava. Ou era só mais um personagem criado pra gerar inveja. Será que aquelas pessoas eram mesmo felizes? Que no fundo não desejassem o mesmo que ela, mas que não falavam? Que na frente dos outros e nas redes sociais tinham a melhor vida do mundo, mas na verdade eram infelizes?

Ela não sabia a resposta, a unica coisa que ela sabia era que estava tudo fora do lugar, tudo invertido, o começo do fim do mundo. E ela esperava que esse novo mundo que ia surgir fosse melhor que o de agora.

Acaba logo mundo  velho, pra esse novo mundo chegar logo.
Acaba logo 2012 que você foi abaixo das expectativas. 
Vem logo 2013, você esta sendo muito esperado.

...tenho dito...