terça-feira, 10 de julho de 2012

querer ≠ poder

Ela ficou encarando o bloco de notas por tanto tempo que nem lembrava mais porque, ou o que, escrever. E uma frase martelava tanto sua cabeça que ela se sentia tonta: " Mais uma canção de amor de merda e eu vou ficar doente". E ela já estava doente. Doente da cabeça e do coração.

Não aguentava mais as coisas como estavam, esse comodismo, essa impressão de não estar fazendo nada, mesmo fazendo tudo, essa necessidade de controlar, e fazer, tudo o que é proposto, sem pedir ajuda, pra tudo ficar certinho, aquele clichê " se quiser algo bem feito, faça você", e como ela se sentia inútil quando ela não estava no controle. 

E onde ela mais queria ter controle, era onde ela menos tinha. Não tinha controle de quando ele ligaria ou mandaria mensagem, não tinha controle sobre o que ele faz ou deixava de fazer, não tinha controle nem no que ela sentia, e isso era o pior. Ela tinha raiva e ao mesmo tempo queria que tudo acontecesse quando tivesse que acontecer. Ela queria dar uns bons socos nele e ao mesmo tempo dar uns bons beijos.

E ela também não tinha certeza, de nada, do que sentia e do que fazia. Não sabia se estava doente, depressiva ou só dramática. Não sabia se ria ou chorava das situações que ela vivia e/ou imaginava. 

Mas de uma coisa ela estava 100% certa. Ela queria abraços, beijos, carinhos, mãos dadas, sorrisos e sussurros. Promessas cumpridas e planos feitos. Queria um sábado chuvoso deitados no sofá da sala vendo filmes e domingos ensolarados passeando pelo Ibirapuera.

Ela queria viver e ser feliz. Ela queria voar alto sem medo da realidade a puxando para baixo.
Ela queria se apaixonar.
Queria amar.
Ser amada.
Amor....

...tenho dito...