E
mais uma vez ela cansou. Cansou de esperar, esperar uma mensagem, uma ligação,
um carro buzinar na frente de casa. Ela cansou de viver esperando, algo que não
viria. Mas quantas vezes ela tinha cansado, e no final voltava a fazer tudo
igual, a esperar, a desejar.
Mas
tinham coisas que faziam ela lembrar como isso era bom. Que o friozinho na
barriga, enquanto a mensagem não chega, o telefone não toca, o carro não buzina,
era delicioso. Que se ver depois de
meses ou até, só depois de algumas horas, pra matar a saudades, era muito bom.
Que um carinho, um afeto, um cafuné, era reconfortante.
E
ela não conseguia abrir mão disso, por mais que tentasse. Ela se magoava, ela
sofria, ela tinha raiva, as vezes queria gritar
e jogar tudo pro alto. Só que no fundo nada disso adiantava. Ela
continuava cometendo os mesmos erros e esperando as mesmas coisas.
Como
não querer, se ela amava mãos dadas, o cheiro dele ao beijá-la, o jeito que
eles se encaixavam quando se abraçavam, a mão dele nos cabelos dela quando ela
estava triste.
Ela
tinha cansado, mas gostava tanto desses pequenos detalhes que não conseguia
lutar contra, e continuava nesse caminho, triste e apaixonada.
Ela tentava um escape, escrever o que sentia para se livrar da agonia de não saber o que fazer, mas os textos saiam tão confusos quanto os pensamentos dela.
...tenho dito...
Beijos