segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Garota vazia.


Ela fechou os olhos tentando colocar os pensamentos em lugar e as palavras na ordem certa. Numa frase que ficaria ecoando na mente dela, enquanto ela ouvia uma musica tão triste quanto ela. Mas a única coisa que preenchia a cabeça dela eram as notas do piano e quando ela fechava os olhos só havia escuridão. Nada, nenhuma luz no fim do túnel, nenhuma lâmpada se acendendo.

Ela estava leve, leve demais para seu gosto, leve em um sentido negativo. Não era leveza, era vazio. Vazio que o tédio, a preguiça, o desespero e a inconstância de sentimentos traziam. O vazio era arrebatador, esmagador, tão pesado que a deixava se arrastando pelo passar dos dias.

O que ela via, ouvia e lia não tinha mais graça, a internet e suas redes sócias não a interessavam mais. Livros, vídeos, cds, nada conseguia tirar o peso da mente e do coração. Ela queria fazer algo com a vida dela, mas estava perdida e confusa pelos  eventos que estavam para vir, que dividiriam a vida dela em duas partes. E ela só ficava sentada, encarando com olhos embaçados um relógio que se arrastava pra girar.

Ela só queria a certeza que tudo seria e estaria igual quando ela voltasse. Que fosse como se ela só tivesse ido ate a esquina  fumar um cigarro. Mas o amargo que ela sentirá na boca será outro.  O do desconhecido, num mundo que, antes, ela conhecia tão bem. Ela só queria que o abraço, o beijo e a risada do antes, fossem os mesmos no depois.

Mas o depois era um mistério. E enquanto ela ouvia uma musica que falava sobre Lá, ela sentia medo. O medo esvaziava. E ela estava vazia de certezas.


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